Muitos perguntam para seus amigos homossexuais sobre suas curiosidades em relação ao mundo gls. E muitos iniciantes também começam a explorar esse mundo cheios de ´dúvidas em relação a uma série de coisas. Não pretendemos responder aqui a todas as questões, mas selecionamos 10 perguntas que costumamos ouvir por aí. Vamos ver se isso ajuda a sanar algumas curiosidades:
1)- O que é homossexualismo?
Desejo, sentimento e/ou atração por pessoas do mesmo sexo.
2)-Todo gay é efeminado e toda lésbica é masculinizada?
Não. Há aqueles que sentem uma maior necessidade de vestir como o sexo oposto, mas há também aqueles que gostam de se portar de acordo com seu próprio sexo.
Mas é certo que grande parcela dos gays possui posturas másculas e que há lésbicas com posturas femininas e delicadas. Há de se aprender a conviver e lidar com o comportamento e diversidade de cada um.
3)- O que eh um transgênero?
Trangênero é alguém que tem uma postura que vai além do gênero, ou seja, além de definições do que é masculino ou feminino. Pode se vestir e se comportar como alguém do sexo oposto sem, no entanto, ser homossexual. Pode ser um travesti ou somente alguém que se sente bem em se comportar como uma mulher, no caso dos transgêneros masculinos, ou como um homem, quando o transgênero é feminino. É considerado transgênero também os gays e as lésbicas, por seu comportamento contrário ao ideal social, ou seja, por se comportarem socialmente fora do padrão heterossexual.
4)- Qual a diferença entre travesti, drag queen e transexual?
Travesti é aquele que se veste e se comporta como mulher sem realmente fazer nenhuma intervenção cirúrgica para mudar de sexo.
Transexual é aquele que mudou de sexo através de cirurgia e utilização de hormônios.
E, drag queens, são aqueles que se "montam" em determinados momentos como travestis. Há também mulheres que se vestem de homens em determinados momentos, são as drag kings.
5)- É verdade que não há como evitar doenças entre lésbicas?
Na maior parte das vezes, as DSTs que passam de mulher para mulher são difíceis de serem evitadas. Não há muitos métodos de prevenção (não preciso dizer que a camisinha feminina não serve, né?). Sífilis, gonorreia, hepatites, etc., são um sério problema. O que se pode fazer é manter sempre os cuidados, como a saúde em dia, ser honesta com sua parceira, ou parceiras, e fazer exames periodicamente. O sexo anal deve ser protegido, a higiene deve ser impecável... Entre mulheres, o que conta é a prevenção e a confiança. Mas fiquem alertas, pensar que o sexo lésbico é livre de doenças é um mito perigoso.
6)- Qual a diferença entre bofinhos e sandalinhas?
Muitos heteros acham que lésbica é só aquela que se veste de maneira masculinizada. Há uma diferença de estilos, assim como entre os heterossexuais que tem gostos diferentes e identidades diferentes, o homossexual também tem estilos diversos. Entre mulheres há aquelas que curtem mais cortes de cabelos curtos, roupas mais masculinas ou unissex, não gostam de usar salto ou maquiagem. São as mais fáceis de serem identificadas como homossexuais. Chamamos de bofinho. Já as sandalinhas são as femininas, aquelas que não mudaram o gosto por blusinhas, esmalte e salto devido à opção sexual. Deve-se deixar claro que não há uma receita. Cada um tem seu estilo e deve ser respeitado.
Vale ressaltar que não há regra, como muitos pensam, que uma garota feminina só fica com garotas masculinizadas. Cada uma tem sua preferência, rótulos são só mais uma maneira de preconceituar questão.
7)- Existe casamento gay no Brasil?
Esse é mais um dos vários direitos que os movimentos LGBTs estão tentando legalizar. O que há é uma união, um contrato civil. Porém, não há uma série de outros direitos garantidos a respeito da vida conjugal, como licença no trabalho para acompanhamento médico, ou por óbito caso alguém da família de seu cônjuge venha a falecer. Cada caso é interpretado na justiça de uma maneira diferente, justamente por não haver uma legislação referente ao casamento gay. Por enquanto, o contrato civil e algumas vitórias na justiça que vem sendo alcançadas em determinados casos é só o que temos do nosso lado.
8)- Gays podem adotar filhos?
Já ocorreram no Brasil algumas vitórias em relação à adoção entre casais homossexuais. Embora haja ainda muitos mitos e preconceitos, a justiça tem, cada vez mais, decidido a favor desses casais para que possam adotar uma criança. Deixando o preconceito de lado, o que deve ser valorizado é se o casal tem condições de criar um filho e se tem amor suficiente para dar. Com tantas crianças abandonadas realmente importa se os pais são gays? O ato de doar amor já é o suficiente para dizer se serão bons pais ou não.
9)- Homossexualismo é doença?
O homossexualismo já foi considerado doença, mas desde meados do séc. XX, deixou de ser encarado como algo que necessitasse de tratamento. As sociedades tem opiniões diversas referente ao homossexualismo. Em 1975, a Associação Americana de Psiquiatria afirmou que não há distúrbio algum na homossexualidade, e que se trata apenas de uma manifestação natural da sexualidade. Em 1985, O Brasil, através do Conselho Federal de Psiquiatria, se uniu contra esse modo retrógrado de encarar a diversidade sexual. Psiquiatras passaram a se negar em tratar os homossexuais como doentes que precisam de cura. O que merece tratamento é a intolerância e o preconceito seja no nível que for e diante da diversidade que for.
10)- Ter sentimentos para com alguém do mesmo sexo faz desse alguém homossexual?
Essa é uma pergunta bastante complexa e que muitos, principalmente os que têm dúvidas sobre sua sexualidade, se perguntam. Como eu disse, não há uma receita. O homossexualismo é o desejo, a atração e o sentimento que temos por alguém do mesmo sexo. Mas é impossível afirmar que todo o sentimento por alguém do mesmo sexo define um homossexual. Para muitos, uma atração ou desejo pode surgir mediante uma fantasia ou fetiche. Ou uma fase de descobertas novas, uma carência, enfim. Deve-se analisar se o sentimento é presente quando se trata de qualquer pessoa do mesmo sexo, ou só diante de uma determinada pessoa ou situação. Caso esteja sentindo mais atração por pessoas do mesmo sexo do que por pessoas do sexo oposto, aí sim estamos em um caso de homossexualidade. De qualquer maneira, somente cada pessoa poderá se definir, quando se despir de preconceitos e passar a se admirar pelo o que é.
